Studio TRIGGER lança “The Lenticulars” como série de curtas de anime e surpreende fãs com novo formato

O primeiro episódio, intitulado “Work Gloves are Gloves”, estreou no canal oficial da TRIGGER no YouTube no final de outubro de 2025. Com poucos minutos de duração, o episódio apresentou uma estética marcante e narrativa minimalista, mas carregada da identidade visual que tornou o estúdio tão reconhecido na indústria.

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11/7/20255 min read

O Studio TRIGGER, conhecido mundialmente por produções como Kill la Kill, Little Witch Academia, Promare e Cyberpunk: Edgerunners, revelou seu mais novo projeto original: “The Lenticulars”, uma série composta por curtas-metragens de anime publicados semanalmente no YouTube. A iniciativa marca uma mudança significativa na forma como o estúdio se comunica com o público, apostando em distribuição direta e conteúdo rápido, sem depender de plataformas de streaming tradicionais.

Uma estreia diferente: o formato de “web anime” semanal

O primeiro episódio, intitulado “Work Gloves are Gloves”, estreou no canal oficial da TRIGGER no YouTube no final de outubro de 2025. Com poucos minutos de duração, o episódio apresentou uma estética marcante e narrativa minimalista, mas carregada da identidade visual que tornou o estúdio tão reconhecido na indústria.

Diferente de produções anteriores, The Lenticulars é um web anime de formato curto, lançado semanalmente às sextas-feiras, às 20h (horário do Japão). Essa periodicidade é incomum para o estúdio, que tradicionalmente trabalha com séries de televisão ou longas de cinema.

Segundo informações divulgadas pela equipe de produção, a ideia é criar um espaço de experimentação contínua — algo como um “laboratório criativo” para animadores e diretores internos. A proposta permite explorar histórias independentes, estilos distintos e atmosferas variadas, sempre dentro do mesmo universo conceitual sugerido pelo nome “Lenticulars”.

A visão criativa de Akira Amemiya

No comando do projeto está Akira Amemiya, diretor conhecido por trabalhos como Inferno Cop, Promare e Gridman Universe. Desta vez, Amemiya assume quase todas as funções principais: direção, roteiro, design de personagens, storyboard e até supervisão de coloração.

O envolvimento direto e multifuncional do diretor tem despertado curiosidade entre os fãs, que associam sua presença a obras marcadas por humor excêntrico e estética exagerada. Essa assinatura autoral é uma das marcas mais fortes da TRIGGER, que costuma valorizar a liberdade criativa de seus principais artistas.

Em entrevistas recentes, Amemiya comentou que The Lenticulars nasceu do desejo de “contar histórias pequenas com o mesmo impacto visual de algo grande”. Ele também destacou o formato curto como uma maneira de testar ideias que talvez não se encaixassem em uma produção convencional de 12 episódios.

Elenco e trilha sonora: o charme de uma produção compacta

Mesmo com estrutura enxuta, The Lenticulars traz um elenco de vozes conhecido entre os fãs de anime. Manato Okawara dá vida ao protagonista Rakkun, enquanto Uta Aihara interpreta Sawaki-san, Yu Nishizawa assume o papel de Miike e Keigo Moriura completa o grupo como Donny.

As atuações vocais se destacam por equilibrar humor e naturalidade, algo essencial para o ritmo de um curta.

A trilha sonora também reflete o espírito experimental do projeto. A música-tema tem composição de Kōsuke Hayashi, performance da banda Scenarioart e produção adicional de Rikiya Okada (24chocolate). A escolha de uma banda indie e de uma sonoridade mais suave reforça o tom cotidiano e introspectivo dos episódios, contrastando com o estilo explosivo de produções anteriores do estúdio.

Um novo terreno criativo para o Studio TRIGGER

Desde sua fundação, a TRIGGER construiu reputação por desafiar convenções. Suas produções frequentemente misturam comédia, drama, ação e experimentalismo visual, criando verdadeiras experiências sensoriais.

Com The Lenticulars, o estúdio avança um passo além: em vez de entregar uma narrativa épica, aposta em histórias pequenas, intensas e diretas, com foco em expressão artística e não em bilheteria.

Essa transição para um formato digital curto se encaixa em uma tendência recente da indústria japonesa. Diversos estúdios têm explorado o modelo de web anime, que permite exibir conteúdo diretamente em plataformas como YouTube e Nico Nico Douga. O formato reduz custos de distribuição e amplia o alcance global, especialmente para públicos jovens que consomem anime via redes sociais.

Para a TRIGGER, essa escolha representa também um retorno às origens. Antes de se tornar um nome mundial, o estúdio ganhou notoriedade justamente por projetos curtos e independentes, como Inferno Cop e Little Witch Academia (OVA) — obras que misturavam humor absurdo e estilo inconfundível.

O significado por trás de “The Lenticulars”

Ainda que os detalhes do enredo permaneçam vagos, o título The Lenticulars sugere um conceito visual e filosófico. A palavra “lenticular” se refere a superfícies que mudam de imagem conforme o ângulo de visão — algo comum em cartões ou painéis animados.

Essa ideia parece estar no cerne da série: múltiplas perspectivas sobre o mesmo mundo, fragmentadas em curtas que se complementam. Cada episódio pode funcionar como um “lado” diferente da mesma lente, oferecendo interpretações variadas sobre um mesmo universo.

Amemiya já deu pistas de que pretende brincar com essa ideia de multiplicidade. Alguns episódios podem ser puramente cômicos, enquanto outros exploram temas mais sérios ou experimentais. Tudo dependerá da “lente” escolhida para contar a história da semana.

Distribuição e acessibilidade global

O estúdio confirmou que todos os episódios de The Lenticulars serão lançados gratuitamente no canal oficial do Studio TRIGGER no YouTube, com legendas em inglês adicionadas progressivamente.

Embora ainda não haja confirmação de legendas em português, fãs brasileiros já têm divulgado versões legendadas de forma não oficial. Essa prática, embora comum, demonstra a demanda internacional pelo conteúdo.

Com a facilidade de acesso, a série deve ganhar rapidamente visibilidade fora do Japão, algo que pode inspirar outros estúdios a seguirem o mesmo caminho.

Impacto e perspectivas futuras

O impacto de The Lenticulars pode ir além da própria série. Caso o projeto seja bem-sucedido, ele pode inaugurar uma nova vertente dentro do portfólio da TRIGGER, voltada para curtas semanais e conteúdo original digital.

Esse modelo poderia, por exemplo, servir de vitrine para novos animadores, ou mesmo funcionar como incubadora de ideias que futuramente se transformem em séries completas.

Dentro da lógica da indústria moderna, onde atenção e tempo de tela são recursos valiosos, o formato curto pode ser uma das chaves para manter relevância e liberdade criativa.

Além disso, o tom leve e a variedade temática podem atrair públicos diferentes do habitual. Enquanto obras como Kill la Kill e Promare eram marcadas por ação intensa, The Lenticulars oferece algo mais cotidiano e contemplativo — um espaço onde a TRIGGER pode explorar o humor, a observação e a arte pela arte.

The Lenticulars chega como um projeto ousado, não pela grandiosidade, mas pela simplicidade deliberada. Em um mercado saturado por produções longas e complexas, a TRIGGER aposta no essencial: criatividade, ritmo e autenticidade.

O resultado é uma série que combina o DNA do estúdio com a leveza de um formato digital moderno.

Para os fãs, trata-se de uma oportunidade única de acompanhar a evolução de um dos estúdios mais influentes da animação japonesa em tempo real, um episódio por vez.

O primeiro episódio já está disponível gratuitamente no canal oficial do Studio TRIGGER no YouTube, com novos capítulos lançados toda sexta-feira.

Com visuais vibrantes e liberdade criativa, The Lenticulars promete se tornar um dos projetos mais curiosos e comentados do cenário otaku em 2025 e além.